A Síndrome de Duplicação 15q é uma condição genética rara que pode ser herdada dos pais ou manifestar-se de maneira espontânea (acidente genético). O diagnóstico geralmente é estabelecido por meio de testes genéticos, como a análise cromossômica (cariótipo) ou MicroArray de DNA.
A Síndrome de Duplicação 15q ocorre com a duplicação (repetição) de uma parte do cromossomo 15. Essa duplicação acontece na região do braço longo, chamado "q," do cromossomo 15. Consequentemente, a pessoa acometida apresenta uma (ou mais) cópias adicionais de material genético nessa área específica do cromossomo.
A gravidade e a manifestação dos sintomas da Síndrome de Duplicação 15q podem variar consideravelmente de indivíduo para indivíduo, contudo, alguns dos sintomas e características comuns incluem:
O tratamento concentra-se na gestão dos sintomas e no apoio ao desenvolvimento da criança. Terapias de intervenção precoce, como terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia e fisioterapia, são frequentemente recomendadas.
O acompanhamento médico é essencial para monitorar e tratar quaisquer questões médicas associadas, como convulsões.
Dado o caráter raro dessa condição, o respaldo de grupos de apoio e a consulta com especialistas em genética constituem recursos valiosos para as famílias afetadas.
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Normalmente, a Síndrome de Duplicação do Cromossomo 15q11.2-13.1 é uma síndrome clinicamente identificável que resulta da duplicação ou multiplicação de uma porção do cromossomo 15.
Cada cromossomo possui regiões ou bandas únicas que contêm genes, e cada banda é rotulada numericamente. O material genético excedente, conhecido como Síndrome Dup15q, contém as bandas no cromossomo 15 no braço q e são rotuladas como 11.2-13.1.
Para ser identificada como Síndrome Dup15q, é possível ultrapassar essas bandas, mas deve conter a região 11.2-13.1. Essas duplicações ocorrem mais comumente de duas formas, gerando um cromossomo extra isodicêntrico, abreviado como idic(15), ou uma duplicação intersticial, abreviada como int dup(15).
O cromossomo 15 é um dos 23 pares de cromossomos em humanos. Os seres humanos nascem com duas cópias de cada cromossomo, uma da mãe e outra do pai. Dependendo de qual cromossomo parental contém o material genético excedente, os sintomas podem se apresentar de maneira diferente. Na maioria dos casos de duplicação do cromossomo 15q11.2-13.1, a duplicação cromossômica não é herdada, o que significa que a multiplicação ocorreu como um evento aleatório durante o desenvolvimento embrionário inicial.
Existem muitos outros termos geneticamente derivados que são comumente usados no diagnóstico da Síndrome Dup15q, incluindo:
Entre outros, Estes termos descrevem a genética da "Síndrome Dup15q".
O nome Síndrome Dup15q.11.2– 13.1(Dup15q) ainda não é um nome oficial, mas em consenso internacional, ficou estabelecido para diferenciar da Síndrome de Prader Willi e Síndrome de Angelman.
Ambas as síndromes estão localizadas na mesma região do cromossomo 15, mas não devem ser confundidas com a Síndrome Dup15q.
Ainda, a denominação "Dup15q" abrevia e auxilia a compreensão de pessoas que não são especialistas na em genética.
Existem várias variantes genéticas de duplicações do cromossomo 15q.
Cromossomo 15 isodicêntrico, abreviado idic(15), é diagnosticado em indivíduos que possuem 47 cromossomos (ou às vezes mais) em vez dos 46 cromossomos típicos. O cromossomo extra é composto por uma porção do cromossomo 15 que foi duplicada e “invertida”, de modo que há duas cópias de parte do cromossomo 15q ligadas uma à outra que parecem ser imagens espelhadas. Por causa desse arranjo, idic(15) costumava ser chamado de “cromossomo 15 de duplicação invertida”. Mais comumente, a região chamada 15q11-q13 é a porção do cromossomo 15 duplicada. Às vezes, a região duplicada é maior. O tamanho do idic(15) varia de acordo com o tamanho da região do cromossomo 15 que foi duplicada.
Dup15q intersticial é diagnosticado em pessoas nascidas com os 46 cromossomos típicos, mas que tem um segmento de material duplicado dentro do cromossomo 15, diz-se que tem um cromossomo 15 de duplicação intersticial. Como em ambos os tipos de duplicações (Isodicêntrico ou Intersticial) ocorre o ganho extra de material genético da mesma porção do cromossomo 15( faixa 15q11.2-13.1), as pessoas com a duplicação intersticial ou isodicêntrico, compartilham características semelhantes.
Ocorre “mosaicismo”, quando a duplicação não está presente em todas as células do corpo. O mosaicismo acontece por acaso neste e em muitos outros distúrbios cromossômicos.
A Síndrome de microduplicação 15q13.3 foi descrita pela primeira vez em 2009. Inclui pequenas duplicações localizadas no cromossomo 15q na região (13.2 -13.3). . Embora essa anormalidade cromossômica ocorra muito perto da região das Síndromes Dup 15, Prader Willi e Angelman (15q11.2-13.1) os sintomas podem variar significativamente em relação a Síndrome Dup15q. Os sintomas são diversos em indivíduos com essa microduplicação, mesmo entre membros de uma mesma família com o mesmo diagnóstico genético. Mais pesquisas são necessárias nesta área. Veja a página do National Institute of Health
Temos conhecimento de várias famílias que receberam o diagnóstico de uma pequena duplicação do cromossomo 15q na área 11.1-11.2. Atualmente, não há muitas informações disponíveis sobre essa anormalidade, mas parece que os sintomas também são diferentes da Síndrome Dup15q, apesar da proximidade das duplicações. Mais pesquisas são necessárias nesta área.
Para maior conhecimento acesse: https://dup15q.org/
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As convulsões representam uma importante característica médica da Síndrome Dup15q. Mais da metade de todas as pessoas com Dup15q terá pelo menos uma convulsão.
As convulsões geralmente iniciam entre as idades de seis meses a nove anos, geralmente envolvendo diversos tipos de convulsões, incluindo espasmos infantis, convulsões mioclônicas, tônico-clônicas, ausentes e/ou focais. O início das convulsões pode ocorrer até a puberdade ou na idade adulta jovem nessa população. Os indivíduos afetados podem começar com um tipo de convulsão, com outros tipos surgindo à medida que o indivíduo envelhece. Descobriu-se que crianças com epilepsia têm menor função cognitiva e adaptativa do que aquelas sem epilepsia.
A Síndrome Dup15q é uma das causas conhecidas mais comuns de espasmos infantis. Os espasmos infantis são movimentos repetitivos, mas frequentemente sutis - como sacudir a barriga, abaixar a cabeça, levantar os braços ou piscar de olhos arregalados.
Os espasmos infantis podem ser diagnosticados erroneamente como cólica, refluxo ou reflexo de sobressalto. Até 40% dos indivíduos com convulsões apresentam inicialmente espasmos infantis; destes, aproximadamente 90% desenvolvem posteriormente outros tipos de crises.
Espasmos infantis em indivíduos com Síndrome Dup15q geralmente progridem para Síndrome de Lennox Gastaut e outros padrões convulsivos complexos que podem ser difíceis de controlar. LGS é caracterizada por convulsões recorrentes (epilepsia) que começam cedo na vida. Os indivíduos afetados têm diversos tipos de convulsões, um padrão particular de atividade cerebral (chamado de pico e onda lento), medido por um teste chamado eletroencefalograma (EEG).
Alguns indivíduos com Síndrome Dup15q também podem ser considerados portadores de Encefalopatia Epiléptica. Encefalopatia Epiléptica do Desenvolvimento (DEE) refere-se a um grupo de epilepsias graves que se caracterizam tanto por convulsões, muitas vezes resistentes a medicamentos, quanto por encefalopatia, que é um termo usado para descrever atraso significativo no desenvolvimento ou até mesmo perda de habilidades de desenvolvimento.
A resposta ao tratamento é variável. Algumas convulsões são facilmente controladas com a primeira medicação; outras convulsões são controladas por um tempo e depois se tornam mais complexas, e alguns indivíduos afetados experimentam convulsões intratáveis que nunca foram controladas com medicação. A epilepsia intratável em indivíduos com Dup15q pode resultar em efeitos secundários incapacitantes, incluindo quedas ou regressão do desenvolvimento. Isso ocorre em mais da metade dos indivíduos com convulsões frequentes e descontroladas ou estado de mal epiléptico não convulsivo.
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